Se a experiência de compra de um consumidor seria “meio caminho andado” para concretizar uma compra, cada vez mais a identificação com os valores da marca são a “chave de ouro” para se converterem clientes.
Recentemente um estudo realizado pela Salesforce “State of the Connected Customer”, que inquiriu cerca de 17 mil consumidores, concluiu que 66% dos consumidores deixa de efetuar uma compra quando os valores da marca/empresa não se alinham com os seus.
Cada vez mais, questões como igualdade de direitos e género, proteção do meio ambiente, causas sociais, etc têm vindo a ser trabalhadas e comunicadas por marcas, conseguindo aumentos consideráveis no que diz respeito à construção da sua comunidade.
Mas, se por um lado, temos marcas que assumem os seus valores e têm a sua responsabilidade social bem estruturada, conseguindo ótimos resultados, também há marcas que perdem quando assumem a sua posição perante “o mundo”.
Vejamos o caso mais recente da Prozis, onde o seu CEO divulgou a sua opinião relativamente à decisão do Supremo Tribunal norte-americano, que reverteu a legalização da interrupção voluntária da gravidez.
Miguel Milhão, expressou a sua opinião através da sua conta pessoal no Linkedin, originando uma onda de indignação por parte do público. Várias influenciadoras já se pronunciaram sobre o caso, tendo anunciado o cancelamento da parceria com a marca Prozis, por não se reverem nos valores do seu ceo.
No Instagram, a marca desativou a possibilidade de deixar comentários nas publicações.
Por que uma marca deve definir os seus valores?
Os valores definem o que é importante na visão do seu criador. Eles funcionam como orientação nas tomadas de decisões da empresa, influenciando também a decisão de compra dos consumidores.
Qualquer marca de sucesso tem os seus valores bem definidos espelhando-os nas suas ações diárias com os seus stakeholders. Os colaboradores refletem esses valores nos seus padrões de comportamento, daí ser fundamental selecionar pessoas com valores comuns aos da empresa.
Na verdade, todos nós compramos produtos de uma marca cujos valores estejam alinhados com os nossos.
As marcas devem compreender que têm o poder de liderar mudanças positivas na sociedade, mas os seus valores devem estar refletidos em ações.
Uma coisa é certa, todos nós temos direito a ter a nossa opinião, assim como todos nós temos o poder de decidir comprar ou não a uma marca com valores que não coincidem com os nossos.